Por terem um maior conhecimento sobre o funcionamento de celulares, tablets, programação e afins, alguns especialistas em tecnologia decidiram manter seus filhos longe dos aparelhos visando evitar problemas com vícios, atrasos no desenvolvimento, insônia, exposição exagerada e até ansiedade e depressão. A ex-pesquisadora de computação social Kristin Stecher, também casada com um engenheiro de rede social, acredita que proibir o contato é melhor do que permitir o uso esporádico, pois ainda não se sabe qual o tempo máximo de uso sem que haja tantos malefícios.
O uso destes dispositivo é controlado pelos centros de prazer do cérebro, e o controle acaba indo além da capacidade de entendimento dos pais. Quem enxerga só desvantagens por ter um conhecimento maior numa determinada área a ponto de proibir o uso até uma determinada idade, provavelmente são pessoas com melhores condições de vida e que não precisam se desdobrar em casa. Pais e mães que se sacrificam para manter o sustento da casa, que trabalham fora, ou ficam por conta dos afazerem domésticos e dos filhos o dia inteiro também são humanos, e precisam de um mínimo de tempo para descansarem suas cabeças de um dia exaustivo. Às vezes, meia hora que a criança fica distraída no tablet, significa meia hora de descanso para uma mãe esgotada. E uma mulher nessas condições sabe o quanto é necessário ter um tempo para si mesma, para que não entre em um colapso mental.
É preciso, sim, impor regras e limites para o uso, mas extinguir é impossível, afinal, a tecnologia e tudo que faz parte dela, inevitavelmente, está inserida na sociedade, as pessoas precisam e utilizam as redes para tudo, em escolas, empresas, na própria vida, e abolir algo que passou a ser parte da cultura é algo inviável. Há quem acredite que na falta da tecnologia e outros elementos que vieram com seus avanços, as pessoas reverteriam para um estado de utopia, mas a natureza humana, como sabemos, não funciona dessa forma. Antes da existência de tablets, celulares e internet, a maioria das crianças dos anos 80 e 90 (e que hoje, na faixa dos trinta e poucos anos, são pais de crianças que adoram seus tablets), mesmo que brincassem na rua, também tinham acesso a vídeos games com jogos de todos os gêneros, e televisão a vontade, onde passavam programas com mulheres quase nuas rebolando nas telinhas no meio da tarde, para qualquer família tradicional brasileira assistir, coisa que atualmente já não é tão livre. E na época isso era algo normal, ninguém ficava escandalizado ou escrevias textos de repúdio ou protesto em lugar nenhum. Levando isso em consideração, é importante frisar que as coisas evoluem e mudam com o passar do tempo. Se antes a rua era um lugar relativamente tranquilo para se brincar, hoje é um perigo, e sabemos que não há lugar mais seguro para as crianças do que dentro de casa. Celulares e tablets não precisam ser terminantemente proibidos, basta moderação e uma boa supervisão.