“Não fui eu”! Saiba como ensinar seu filho a assumir a responsabilidade das próprias atitudes

Pode parecer difícil no começo, mas muitas crianças apontam outros culpados pelos próprios erros por medo. Calma, isso tem solução. Veja como ensinar seu filho a assumir a responsabilidade pelas próprias ações e como fazer isso vai ajudá-lo no futuro

0
49

Se seu filho é rápido em culpar os outros – como, ao levar uma bronca na sala de aula, foi porque o colega não parava de falar; a sujeira no chão da sala não foi ele, mas o cachorro da família que fez; e por aí vai… Então passou da hora dele assumir as próprias responsabilidades. “Crianças dessa idade não entendem que todo mundo comete erros”, diz Kate Roberts, Ph.D., e psicóloga em Boston. “Culpar alguém é simplesmente uma forma de evitar desaprovação e consequências negativas”, completa. Essas dicas inteligentes vão ajudar seu filho a deixar de lado o ‘não fui eu’ e aprender a ser responsável pelas próprias ações.

Ligue os pontos

Ajude seu filho a entender como o que ele faz está ligado ao que acontece, apontando exemplos da vida real, sugere Rachel Robertson, diretora de educação e desenvolvimento da Bright Horizons Family Solutions, uma empresa de cuidados infantis em Watertown, Massachusetts. Por exemplo, você pode dizer: ‘como você estudou muito, tirou uma boa nota na prova de português’ ou ‘como você pulou em uma poça, seus sapatos estão encharcados’.

Você pode pedir a ele que pense em uma causa ou efeito para certas situações. Uma delas poderia ser: ‘a mãe dormiu demais na terça-feira’, e ele tem que pensar em uma possível consequência. Espere algumas respostas malucas, tipo – ‘a mãe dormiu demais, então ela teve que ir trabalhar de pijama!’. Mas continue insistindo no que pode até virar uma brincadeira. Quanto mais experiência ele tiver em identificar causas e efeitos, mais fácil será para ele exercitar esse diálogo interno depois das próprias ações.

Mantenha a calma e seja verdadeira

Se você quer que seu filho venha até você com a verdade (ou admita quando questionado), tente manter a calma ao expressar sua insatisfação com o mau comportamento dele, sugere Philip Dembo, Ph.D., autor de ‘The Real Purpose of Parenting: The Book You Wish Your Parents Read’, em português, ‘O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido: (e seus filhos ficarão gratos por você ler)’. Ser calma e acessível torna essa tarefa mais fácil – e mais provável – que ele fale a verdade.

Deixe que ele saiba que todos cometem erros e o que mais importa é ser verdadeiro, aprender com a situação e tentar consertar seus erros. Em seguida, converse sobre o que ele poderia ter feito de forma diferente, como pode melhorar e qualquer consequência que pode vir desse ato. Não se esqueça de elogiar a honestidade dele se ele falou as verdades sobre as próprias ações.

Não abra mão das regras

Claro, todas nós abrimos mão de algumas coisas às vezes e permitimos que sejam feitas diferente. Mas se você costuma deixar aquele olhar de pidão do seu filho, o jeitinho fofo dele ou os pedidos com manha te convencerem a esquecer o que aconteceu, seu filho aprenderá que não precisa levar as regras a sério e pode convencê-lo a pegar leve com ele sempre. Para ser responsável, ele precisa aprender a aceitar as consequências de suas palavras, ações e decisões, e a única maneira de fazer isso é se você for consistente com as regras e a disciplina, aconselha Dr. Dembo.

Acompanhe o progresso

Para ajudar a manter essa lição de comportamento, transforme-a em um desafio. Diga ao seu filho que ele começará a semana com 5 pontos, e cada vez que der uma desculpa ou tentar colocar a culpa em outras pessoas, ele perde um. Use um gráfico colado na geladeira ou um quadro branco pendurado na porta do quarto para controlar.

Se ele conseguir passar a semana sem chegar a zero, recompense sua melhora de comportamento com uma ida ao parque ou 30 minutos extras no tablet antes de dormir em uma noite, por exemplo. Embora seus pontos possam diminuir no início, este gráfico vai lembrá-lo de estar consciente do que faz e diz, então ele vai ter menos probabilidade de passar a bola e culpar outra pessoa na próxima vez.

Advertisement