Dor nas pernas ou virilha, sensação de peso, inchaço ao fim do dia, coceira no local e até mesmo uma maior sensibilidade pode ser um sinal de alerta para varizes durante a gestação. Geralmente, podendo aparecer no último trimestre por conta do aumento do fluxo sanguíneo, alterações hormonais, de peso e também a pressão do útero sobre as veias, as varizes aparecem com uma maior frequência nas pernas. Devido o peso que a mulher carrega na barriga por conta da bebê, há uma dificuldade para o sangue circular corretamente, havendo a sensação de peso nas pernas e inchaço.
De acordo com a Dra. Aline Lamaita, cirurgiã vascular e angiologista, não necessariamente problemas prévios de circulação pioram as varizes, mas na gravidez o acompanhamento é importante. “Para minimizar o problema, muitas vezes a recomendação é o uso de meias de compressão a partir do segundo mês de gravidez. O ideal é colocar pela manhã e tirar apenas na hora de dormir”, esclarece a médica.
O problema não é só estético
Apesar da aparência arroxeada incomodar diversas mulheres, as varizes podem trazer um incômodo grande. Segundo Marcelo Monteiro, diretor clínico da Clínica Inovas (Barra da Tijuca, RJ), a complicação vai além disso: “O problema não é só estético, uma das queixas comuns nos consultórios é a sensação de peso e cansaço constante, se acentuando ao longo do dia e piorando com longos períodos de inatividade”. Nos casos mais graves, existe ainda a possibilidade de modificação na coloração e qualidade da pele, além de levar à formação de feridas, também conhecidas como úlceras venosas.
Como prevenir
Para driblar o problema, que é causado principalmente por conta das alterações hormonais, é preciso adotar alguns cuidados na gravidez como: não passar muito tempo em pé, manter as pernas elevadas enquanto dorme, evitar cruzar as pernas se estiver sentada, fazer massagem nos pés e pernas no final do dia e utilizar meias elásticas. Outro cuidado importante, sempre com supervisão do médico obstetra, é a prática de exercícios físicos durante a gestação, pois, desta forma, há um aumento na resistência das veias, impedindo assim que elas fiquem dilatadas.
Dicas para minimizar o estresse circulatório na gravidez
Aline Lamaita deu dicas de ouro para aliviar o problema e minimizar o desconforto:
- Cuidado com o excesso de ganho de peso;
- Faça alongamentos para melhorar as câimbras à noite;
- Beba bastante líquido, mantenha-se hidratada;
- Use meias elásticas (seu vascular pode indicar um modelo adequado);
- Após 14 semanas, existem medicações que podem melhorar os sintomas de dor, cansaço e edema;
- Tente dormir de lado, de preferência o esquerdo (isso tira o peso do útero de cima da Veia Cava, liberando a circulação das pernas e melhorando o fluxo de sangue para a placenta);
- Pratique atividade física regular, se não houver contraindicação pelo seu médico obstetra;
- Drenagem linfática manual ajuda na retenção de líquido, melhorando o inchaço além de relaxar a futura mãe
Nada de desespero!
Para aqueles famosos vasinhos que tendem a persistir na gestação, Aline Lamaita tranquiliza as grávidas que apesar de uma piora no aspecto de dilatação, é importante esperar por alguns meses. “Para esses casos, não precisa se desesperar, já que grande parte disso não evolui depois do parto, por isso a necessidade de esperar pelo menos três meses após o parto, retorno do útero ao seu tamanho original para cogitar qualquer tratamento para varizes ou vasinhos”, explica.
Sobre o tratamento, a especialista comenta a importância de uma avaliação completa da circulação da mãe para que a melhor opção seja escolhida: “E essa é a parte fácil: fazer aplicação, cirurgia de varizes, enfim, o melhor tratamento para cada caso, porque as mulheres precisam de pernas em ordem para enfrentar a parte mais difícil e com certeza a mais gostosa de ser mãe“, conclui.